segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Perder (after Elizabeth Bishop)

Perder é fácil-- não chega a ser
Nenhuma desgraça.
É tão fácil perder que não há ninguém (ninguém)
Que não o faça.
Perder as chaves, a casa, o namorado--
Perder a hora e a cabeça:
Cada perda dói, às vezes demora,
Mas dizem (e é certo)
Que tudo passa.

Mas algumas perdas são tão perdas
Que mereciam outro nome.
Ou: o silêncio.
Essa perda (por que me faltam palavras?)
Não fere a alma-- ela
Te esgarça.

3 comentários:

Jadir disse...

Gostei muito do seu blog. Se for possivel, gostaria que vc desse uma olhada no blog de poesia do meu tio :

http://jadirmacedo.blogspot.com/

Muito Obrigada,

Ana Flavia

f.f. disse...

as perdas defloram e floreiam o coração brotante de botão que nem as calças segura - põe-nos a vida em saia curta e calças nas mãos...

lindo poema.


visita-me: http://fotoalgia.blogspot.com


f.f.

Anônimo disse...

obrigado pela visita!